04 abril, 2010

A solidão de uma imagem que se perde no nada...

Alguns filmes caminham por uma narrativa simples e convencional, com imagens já conhecidas (no ponto de vista do que vemos no enquadramento e não da textura da imagem) justamente para envolver mais o espectador no que pretende contar. Aí o interrese surje não na maneira de como se conta, mas o que se conta. E dessa forma penetra no interior, no imaginário do espectador e o faz refletir em si mesmo, como os filmes do Clint Eastwood.
Mas há filmes que de repente , no meio dessa simples e maravilhosa narração (quando é bem narrada) surge uma imagem arrebatadora, cheio de significados, mágica, mas que vive na solidão. Pq não compartilha com o filme sua intensidade. E penso que nenhuma imagem deve desmerecer a outra, todas, até as banais , tem que ser importante, que a imagem que vem a seguir ganhe peso pela reação da anterior, pura acão e reação (outra vez Clint Eastwood, que ao meu ver é o mestre atual, no que se diz respeito a tradição do cinema americano de narrar uma história simples , porém, profunda, que outrora, John Ford). No outro caso é como se o diretor tivesse escolhido essa cena como se fosse sua preferida, aquela que ele devotou mais tempo, cuidado, um apreço por um aplauso!
E as outras imagens, são simples coadjuvantes? Será que é esse o dever de um pai? Acolher um filho e negligenciar os outros?

Pois assim eu digo, um homem(cineasta) desses é um deliquente!!!! Exemplos dessas infâmias eu encontrei e percebi num diretor que eu gostava, mas depois que assistir esse ultimo filme dele, me fez querer voltar aos outros que fizera, para vijiar, se isso foi um deslize ou se é a sua obra. Seu nome é David Fincher. E o filme a qual eu menciono é O Curioso Caso de Benjamin Burton, um filme que diz uma coisa e mostra outra... Que pretende poesia, mas se esquece que as palavras pertece a escrita e não ao visual. Que pretende filosofia, com seus folhetins de frases de bolsos. Que pretende humano, mais que é demasiadamente marketing, como na cena final, revelando a ontológica destinação dos personagens , naquele movimento de câmera direcionando-se ao mesmo, que acena e dá um sorriso. É ou não é uma cópia roubada de qualquer propaganda de plano de saúde,sei lá,via hapvida...