25 julho, 2009

Nem aí

Não julgue que eu sinto, ou o que você acha que eu sinto.
Eu sou mais do que diz os seus conceitos banais.
Foda-se sua opnião mal calculada.
Eu digo o que digo, você acha o que quer.
Se eu declaro que isso é isso, então é por que é...se vai acreditar ou não, é um problema inteiramente seu.
Se eu digo que gosto, é por que gosto...se digo que odeio, é por que odeio.
Sem mais.
Não julgue o que você supõe, não formule certezas sobre mim, eu vou além delas...eu estou além de uma mera explicação.
Não tenha verdades concretizadas sobre o meu eu, no fundo creio que estão todas equivocadas.
Consciência limpa, isso para mim é um dos fatores que importa no final.
Concorda? Não concorda? Não quero mais nem saber, foda-se!

(Hosana Lemos)

08 julho, 2009

A DAMA PRATEADA DE UMA NOITE ÚMIDA


A atmosfera era inebriante: copos de bebidas balançando nas mãos musicadas de casais, que exibiam suas sexualidades quase sempre enclausuradas em papeis sociais bem-comportados; conversas desconexas conectadas a danças embaladas por músicas de um passado tão próximo quanto desconhecido; a cacofonia urbana convencional substituída pela nada convencional vontade de divertir-se numa festa estranha com gente esquisita. Tudo embalsamado por uma chuva caudolosa: Férias + Parque do Cocó + shows gratuitos.
Antes dela começar, momentos preciosos foram perdidos por um atraso qualquer. Um narrador despreparado tentava acalmar ânimos, amigos gritavam em coro “Queremos Maria Rita!”, outros berravam jocosamente “Deixa pra lá, chama a mãe dela!”, “Toca Raul!”. Alguns se beijavam. Outros riam. Quase todos bebiam outros goles de seus somas liquefeitos, enquanto uma luz era projetada no palco vazio...
Até que um silêncio cerimonioso foi estuprado por palmas e gritos de boas vindas. Era Ela. Atrasada? Sim. Meio sem-jeito? Sim. Com um vestido criminosamente sexy e uma voz adoentada por uma gripe que insistia em acompanha-la há alguns dias. Maria Rita Costa Camargo Mariano. Ou simplismente Maria Rita.
Não sei o nome da maioria das musicas que ela cantou. Pouco importa. Como disse um amigo, ela é o tipo de intérprete que torna impossível acompanhar suas “cantadas”, tamanha a destreza vocal de seu talento. Obviamente houve momentos ímpares – Encontros e despedidas, Cara valente, Pagu - mas não adianta relatar agora. Se você estava presente, minhas mal-traçadas linhas nada representaram daquela noite. Se você não estava, perdeu um momento único. Qualquer dúvida a respeito do talento de Maria Rita se esvai diante de sua exuberante performance num palco. E de suas lindas pernas é claro.

02 julho, 2009

Era vidro e se quebrou.

Eu até sentia saudade.
Sentia.
Sinto?
Sentirei?
Vai acalmando, aos pouco.
O abraço, o beijo, o calor...necessidade cadê?
Perdendo altitude.
Emoções se esvairindo, pousando.
Talvez tudo esteja lá no canto guardado, recuado, acabado.
Desejos silenciados, silenciosos agora então.
Emoções digerindo doses de razão, de realidade, de frieza.
Eu até sonhava com mais uma chance!
Sonhava.
Sonho?
Sonharei?
Sorrindo novamente, sorriso largo, farto.
Necessidade de mim, carência apenas de meu eu.
Eu até sentia saudade, eu até sentirei...eu até que sinto.
Talvez.
Esfriando o que era quente, extinguindo o que era fogo.

(Hosana Lemos)