16 janeiro, 2012

Escudo e suas rachaduras

 

17:00. O dia não podia ter sido pior para ele. Várias reuniões. Muitas ligações. Fast Food e trânsito lento.

Olha para o painel do carro, calcula a rota no celular e percebe que o escritório já não é mais uma opção. Duas ligações são feitas e o expediente encerra naquele minuto.

Sentiu-se um pouco aliviado e talvez por isso percebeu que estava próximo da praia. Resolve estacionar, mas displicente, quase atropela um mendigo. Relutante, olha para todos os lados e resolve descer. Leva consigo, apenas o que importa: Carteira, celular e o tédio.

Avista ao longe um lugar, que está ligada por uma pequena estrada de tijolos... vermelhos e sujos.

Caminha lentamente, mantendo a cabeça se altiva mesmo seu ânimo estando em cacos, percebe que se aproxima do lugar que já foi um marco de esperança.

Aperta o passo e desvia uma parte do caminho pois ao seu encontro uma senhora iria lhe oferecer uma flor e Deus é prova quanto ele não suporta aquelas pessoas.

A estrada finda e ele se deixa levar pelo o ambiente. Ousa sentar no mesmo lugar e fecha os olhos. A sua mente viaja por doze longos anos.

17:37. A brisa fazia os cabelos dela tocarem o seu rosto. Ao fundo um violão emitia um som pop de um banda que o agradava. Os olhos dela miravam um horizonte rajado de vermelho e os últimos raios de sol realçavam a pele morena e no seu olho esquerdo ele via o sol desistindo de mais um dia. Fascinado, admirava aquela mulher, tal qual um artista admira a obra-prima de um colega e rendido ele pede um beijo, algumas palavras foram ditas e ela reluta de forma tímida, esperando uma decisão dele, que veio logo em seguida. Naquele momento, ele sentiu que o universo tinha apenas dois metros e que o oxigênio não era mais essencial. A vida tinha ganhado sentido pela primeira vez...

17:30. Ele abre os olhos. Percebe que a brisa quase estoura os seus ouvidos. Alguns adolescentes entoam um música pop que ele odeia. O céu vermelho parece sangrar e os últimos raios solares o fazem lembrar que o engarrafamento de logo mais, fará com que ele fique preso no trânsito por uma hora

Levanta-se e constata que a sua armadura, forjada com as frustrações, rotina e objetividade ainda tinha suas frestas. Dá as costas para o sol poente e por um instante tem o impulso de olhar para trás, mas ele sabe que verdadeiro sol na verdade já se escondeu há doze anos e depois, cada dia foi apenas uma imitação de mal gosto.

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14 janeiro, 2012

Escolha e Morte

 

Neste sábado ensolarado, um livro emprestado por um amigo foi meu companheiro.

A estética do livro é de uma beleza única, pois são quadrinhos de gente grande, criado por gente que não desaprendeu a sonhar.

O texto é simples, porém ataca os nossos sentimentos mais enraizados, diria que ele procura atingir os nossos instintos: sexo, felicidade, paixão e morte são correntes em todo o texto. A narrativa flui despretensiosa e mesmo parecendo anárquica faz todo o sentido depois que você termina a última página.

O tema central é a escolha que fazemos cotidianamente. Como essas escolhas podem influenciar o nosso futuro? Como é perigoso tentar antever as consequências.

Os personagens são todos secundários pois a sensação latente é que o protagonista é você, pois em cada situação, você pergunta para si mesmo. Será que fiz a escolha certa?

Não espere desses dois, o humor negro da moda ou mesmo o sarcasmo vil, desprenda as suas amarras e aceite o convite para ser um turista de sua própria vida!

http://web.hotsitepanini.com.br/vertigo/series/daytripper/

http://10paezinhos.blog.uol.com.br/tiras/

 

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04 janeiro, 2012

Quero te pegar histérica

Ela – Meus Deus, esse ônibus que não chega.

Ele – Mas não faz nem trinta segundos que você chegou.

Ela – Eu sei, mas me disseram que ontem teve arrastão nesse ponto...

Ele – Não se preocupa, eu te protejo!

Ela – Meu Deus, esses assaltantes que não chegam.

 

Obs. Uma singela homenagem a um dos blogs que eu mais curto e recomendo http://querotepegarsobrio.wordpress.com/ 

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