29 abril, 2009

Tão leve...


Posso ser sincera mais uma vez? Estou tão bem...tranquila para ser mais exata!
Carrego a sensação de trabalho bem feito...missão cumprida.
Eu fiz de tudo. E você nunca, simplesmente nunca, terá o direito de clamar palavras que digam o contrário.
Fui até a beira do precipício; me joguei dele.
Me lancei à loucura, abri mão da minha racionalidade.
Fiz o que estava e o que não estava a meu alcance.
Fui criança, adolescente e adulta... transformei-me em mil faces, em cada uma delas o desejo de te agradar.
Esqueci um pouco de mim, admito...te ver feliz era mais importante! Alcançar o teu sorriso era o meu objetivo, meu foco.
Entendi o significado da frase : "ficar cega por alguém"
Mas cá estou eu. De coração lavado, mente livre e consciência limpa...
Eu me entreguei sem medo, te segui em meio a tudo... Lancei-me aos lobos, fui de encontro às lanças afiadas. Eu não hesitei, em nenhum minuto, em nenhum segundo.
E você? O que fizeste mesmo, ou melhor...o que não fizeste? Não me lembro exatamente... Não importa... O que importa é que estou aqui hoje carregando nos lábios esse sorriso largo.
Estou tranquila, talvez satisfeita...Trago a certeza de que fiz a minha parte!
E em cada erro que cometi, eu busquei a redenção. Não me acovardei, em nenhum instante.
Me doei, me cedi, me apaixonei...
E são por esses motivos que hoje eu tenho o prazer de susurrar aos quatro ventos: -Como é doce o gosto da tranquilidade!

(Hosana Lemos)

27 abril, 2009

CHORO I

Quem controla o desamor,
Esta besta adormecida,
Que desperta -
em terror -
Ao ouvir passos de formiga?

Quem atende à razão,
Quando tudo lhe indica,
Que no fracasso da paixão,
Há intenções nada pudicas?

Quem, oh mal! Vê além,
Das camas amassadas?
Do rancor, reféns.
Da dor, escravas.

25 abril, 2009

Deixe que digam...


Ache o que achar, pense o que for. Eu sou assim.
Grito, resmungo, choro, reclamo, implico.
Me aceite como sou, ou recolha-se a sua insignificância. Viva a me julgar pelo meu cabelo bagunçado, ou por minha blusa rasgada!
Insista em definir padrões analisando apenas o fato de eu falar o que penso, e me comportar um pouco diferente das bonequinhas de porcelana que você encontra por aí.
Eu sou o que sou. Chata, às vezes...Orgulhosa, um pouco...Sincera,sempre!
Mas não pense que sou imutável...eu mudo sim, me adapto a situação, as circunstâncias.
Sou uma eterna mutante.
E não se iluda...pois eu mudo por mim, eu faço por mim!
Continue a gritar aos quatro ventos que eu sou anormal, maluca, diferentemente oposta aos padrões.
Me recrimine, me julgue. Tenha nojo de mim, me ache repulsiva.
Sua opnião e nada tem o mesmo peso na minha vida!
E eu sei...no fundo você queria mesmo era ser igual a mim. No fundo da pra notar...A sua vontade é de fazer o que eu faço, ter um pouco da despreocupação que eu levo na mente.
Fugir um pouco dos costumes, ignonar pequenas atitudes fúteis que te cercam, ser indiferente aqueles que não compreendem o fato de você ser apenas você mesma!
Não espero que me entenda, nem aceite os meus motivos...Continue envolto nessa bolha que te impede de enxergar além das aparências.
Ah, já ia esquecendo...Espero que sua mente limitada assimile apenas um fato :
-Eu sou feliz assim! Com todos os meus defeitos idiotas e com todas as minhas opniões estranhas.
Eu apenas vivo como eu acredito, somente!

(Hosana Lemos)
a parte boa da margem é poder ser louco; o sentido do que não há procedências, palavras sem nomes, universos além.. a parte boa de permanecer na margem é poder abraçar a loucura e pegar dela o que ela tem de melhor: a criatividade. e com criatividade viver e com criatividade sobreviver e sorrir no fim de tudo. ou no começo doutro todo e o tudo mais inteiro por ai.

Há um pouco de café na minha chuva de idéias, dizia ele num encontro de universos. ora pois, se estamos numa teia, como nos mover com criatividade sobre ela? consciências sorriram agradadas com o assunto em pauta. houve balanço nos ventos, houve balanço no mar. a cachoeira correu com força, a água tem porque tem que chegar.

então ela cai. e pessoas desabrigam, pessoas amolecem perante os fatos sociais e como me mover com criatividade sobre a teia se estamos, minha amiga, todos nessa mesma teia, onde o que acontece ali, reflete aqui e onde tudo, na verdade, é uma só coisa, transformada sob ações psico sociais nossas de cada dia.

- mas.. hum? eu falava de vida..

e a vida sim, a vida nisso tudo se apresenta como caminho.. e você tem em si, consequente da consciência de Unicidade, o sentimento de responsabilidade perante o universo, então. sentimento de construção, contribuição, e você se olha no espelho e pensa, o que eu posso fazer? talvez você sorria e o reflexo sorria de volta e você.... talvez você não goste tanto do que ele diz. - Aqui, nesse momento, houve silêncio no céu. Um beija-flor pousou.

o vento então soprou aos mundos e as consciências tornaram a sorrir e o beija-flor beijaflorou as flores do jardim. disse ele, o vento, que sim, seu sorriso tem a força de um sol. por favor, sorria! se não tiver muito sentido sorrir para o vento, sorria para as pessoas na rua. o vento se despediu brisa. a tarde seguiu...

teu sorriso gera um sorriso aqui, ali, acolá, em mim, no japão. tua gentileza gera gentileza no muro, na vida, na argentina, no avião. nosso respeito e amizade crescem em forma de natureza e amor. isso em proporções diárias eu digo, nunca desperdiçando a chance de ser natural.

o sol olhava para as pontas dos próprios dedos com jeito de quem não queria acrescentar mais nada e a tarde seguiu...

sabendo disso, fez ele seu sorriso no espelho e olhou profundamente, até que a amizade entre eles, sorriso e sorridente, assumisse proporções visíveis. olha como ele é feliz e como são felizes os que estão por perto (dizem dos anéis de saturno).. ele é uma escola, as nuvens sentidas de dia vencido, dia ganho, dia especial... como todos os outros, como todos os ele's que caminham a si e levam o melhor que encontram para quem quer que.

abraços. - A despedida ficou por conta das borboletas que deram um show de cores em flor.

todos aplaudiram. mas permaneceram sentados: a vida pesou-lhes.
o narrador, ainda, tirando seu chapéu, entrou com a voz suave: no caos reguei a minha paz, eu, que sempre quis morar na árvore.
como sair do teatro? as pessoas se perguntaram todas...

22 abril, 2009

TOP FIVE: MEUS VERSOS MALDITOS!

Um bom verso é aquele que conseguimos plagiar. Um ótimo verso é aquele que tentamos roubar. Mas um maldito verso é aquele que jamais conseguiremos suplantar ou esquecer. Pois em cada uma de suas letras esta impresso tal grandeza simbólica, que nos ajoelhamos (de raiva e torpor) diante de tamanha perversidade. A seguir os meus 5 versos malditos ... quais são os seus?

5º Soneto do Amor Total
Amo-te tanto, meu amor... Não cante / O humano coração com mais verdade.../ Amo-te como amigo e como amante / Numa sempre diversa realidade.

Vinicius levou sua máxima “que seja eterna enquanto dure” às ultimas conseqüências e como resultado casou 9 vezes, viajou muito, bebeu muito (mais) e pariu alguns dos mais belos versos da musica (e literatura) brasileira.

4º O Quereres
Onde queres revólver, sou coqueiro / E onde queres dinheiro, sou paixão /Onde queres descanso, sou desejo /E onde sou só desejo, queres não. /E onde não queres nada, nada falta /E onde voas bem alto, eu sou o chão / E onde pisas o chão, minha alma salta / E ganha liberdade na amplidão...

Tá, eu sei que o Caetano é, provavelmente, o artista mais superestimado do século XX, dono de um pedantismo insuportável e provocador meia boca. Mas convenhamos, nesta canção ele condensa toda a incomunicabilidade das relações amorosas de uma forma sublime e direta, que deixaria Bergman morrendo (!) de inveja.

3º Pedaço de mim
Oh, pedaço de mim /Oh, metade arrancada de mim/Leva o vulto teu/ Que a saudade é o revés de um parto/A saudade é arrumar o quarto/Do filho que já morreu...

Todos os homens gostariam de ser Chico Buarque. Todas as mulheres gostariam que os homens fossem Chico Buarque. Sua obra é quase um receituário psicológico universal: na depressão, ouça Atrás da porta e se mate de vez; na separação invista em Trocando em miúdos e diga adeus; no recomeço da vida vá de Olhos nos olhos e assim por diante....


2º Desencanto
Meu verso é sangue. Volúpia ardente... / Tristeza esparsa... Remorso vão...Dói-me nas veias. Amargo e quente, / Cai, gota a gota, do coração. /E nestes versos de angústia rouca, /Assim dos lábios a vida corre, /Deixando um acre sabor na boca. / - Eu faço versos como quem morre.

“Ontem, hoje, amanhã: a vida inteira, teu nome é para nós, Manuel, bandeira.” È preciso dizer mais?

1º Versos Íntimos
Toma um fósforo. Acende teu cigarro! / O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. / Se a alguém causa inda pena a tua chaga, /Apedreja essa mão vil que te afaga, / Escarra nessa boca que te beija!

Augusto é o melhor antídoto para todo raio de frescura humana: delírios de grandeza, chororô de desamores, depressão vã, nada resiste a seus versos malignos. Dos anjos? Só se for dos caídos...

19 abril, 2009

Projeções

Em milhares de rostos que perambulam ao meu redor, eu só consigo ver o teu...
Como se teu rosto teimasse em me perseguir nas ruas, projetando-se em pessoas comuns...
Você está lá; sentando em uma praça; tomando um café na esquina; lendo as notícias do jornal.
E eu ainda te vejo em tudo.
Vou desejando que em toda aquela multidão eu esbarre com o teu sorriso, suplicando que em alguns daqueles rostos em que projeto tua imagem, seja você realmente, ao vivo e em cores.
E de alguma maneira eu sinto tua presença perto de mim...seja naquele cara atravessando a avenida, seja em alguém admirando o céu.
Você ainda está lá! Ainda está em tudo que eu vivo...
Perfumes, filmes, músicas...em cada pedacinho de coisa, um pedacinho de você.
E eu vou continuando, idealizando teus olhos azuis em todas as faces que passam por mim, desejando que em algum momento qualquer o meu rosto possa de fato encontrar o teu.

(Hosana Lemos)

16 abril, 2009

PER CÊ, VEJO?

Das alturas, (entre nuvens?)
Persiste uma mulher.
Só sei seu nome.
Não sei quem é.

Se grita ou encanta, não sei.
Nem mesmo a vejo!
Só sei das impressões da tela
(pouco a percebo...)

Nem mesmo sei se existe,
Além de certo desejo,
Será que dorme ao som de percevejos?

Há vida além do synergia?
Se não, seus textos, quem cria?

Sei seu nome, nada além.
Mas o que é um nome, porém,
Comparado com quem manda?
U
m nome eu sei: Hosana.

14 abril, 2009

E se...



O que machuca são todas as possibilidades que não tiveram a oportunidades de criarem vida. O que doeu mais não foi a dor da despedida, nem as lágrimas do final...foi aquela agústia de ver todos os seus planos aos poucos te deixando, dando um adeus tristonho.
Um universo de estradas, caminhos, opções... toda uma história encerrada.
E o planos? Pra onde eles foram? Guardados ficaram, como as velhas cartas e as fotos desbotadas...
E os olhos que brilhavam de entusiasmo ao projetar situações? Perderam o brilho, ficaram opacos, aos poucos perderam a esperança por não mais vistarem aquilo que mais os alegravam...
A saudade daquilo que nem ao menos cheguei a viver, isso sim me machuca, me corroe por dentro.
Sonhos sem desfechos, desejos sem realizações...
Todos à espera de uma ponta de esperança, de algo que faça com que voltem a fluir soltos... como assim é para ser com qualquer sonho, com qualquer desejo íntimo...

(Hosana Lemos)

ELA


A tristeza não alimenta a poesia,
Só retira a vista qualificada,
Propondo viagens e visitas,
Às memórias antes evitadas.

Ela não tem charme ou estima,
Só recria dores cinzentadas,
Tudo destrói e arruína,
Impondo-nos vidas amassadas.

São tantas noites mal-dormidas!
Tanto choro, tanto arquejo...
Que largamos a luta combalida,
Enterrando, enfim, nosso desejo.

E até a arte nos destesta,
Quando a morte, seca, vejo.
Aí, nada mais nos resta,
Apenas seu doce frio beijo.

12 abril, 2009

DIA QUENTE

Dia quente! Na verdade, insuportavelmente quente! O escritório estava um verdadeiro caos, com pessoas andando de lá pra cá, com muito barulho e muito calor. Rafael que costumeiramente nunca se queixa de nada, estava impaciente, e só pensava em terminar seu serviço e ir embora para casa. Porém, antes, Rafael planejava fazer algo.

Rafael tem trinta anos e trabalha no escritório há dez anos, é um dos melhores funcionários, e há dez anos ele executa o serviço de Encarregado Administrativo, mas há dois, fora “promovido” de Auxiliar Administrativo para Assistente Administrativo, ou seja, é mais um funcionário que trabalha muito e ganha pouco. Como muitos, um escravo.

Porém, hoje está decidido a mudar o curso da sua vida no escritório. Disse para si mesmo que irá exigir algumas mudanças com relação à sua função e salário, e caso lhes neguem isso, pedirá demissão na mesma hora. “Já decidi”, diz ele o tempo todo.

Seu chefe vem andando pelo corredor. “É agora” – pensou Rafael – “hoje ele não me escapa”.

Rafael levanta-se.

- B-b-boa t-tarde, Sr. Macedo!

O senhor Macedo continuou seu caminho, sem parar, olhar, ou sequer responder. “Ele não percebeu que falei com ele, deve ser por causa desse calor, ‘tá tirando a concentração de todo mundo!”, sentenciou.


Rafael senta-se e volta a fazer o seu trabalho que, há dez anos, faz tão bem quanto poucos.


“Já decidi. Amanhã ele não me escapa”.

Lancinante

De novo aqui, caro cupido?
Teus voôs rasos e olhar sagaz
Ao observar as pessoas sobre o cais.
Gente fria de andar ríspido.

Observa a todos esses seres,
Invejo a liberdade deles
E por isso os odeia a esmo,
Com ódio inspirado nos mesmos.

Sofrimento em todo o lugar.
Sentimento que turva a alma.
Cheiro fétido que polui o ar.

Análise finda, parte à ação.
Como não pode curar feridas,
As inflama, com flechas de paixão.

10 abril, 2009

Fragmentos.


Acabou. Quebrou-se como porcelana jogada ao chão. Quem diria que aquele encanto mágico ia chegar ao seu último suspiro. Até parecia que eles tinham sido feitos um para o outro.
Morreu, de forma súbita...um pequeno erro no cálculo e tudo veio por água abaixo.
Dispersou-se, como uma pequena quantidade de areia jogada ao nada. Acabou.
Ela dara para ele seu bem mais precioso e ao mesmo tempo o mais frágil, ela dera o seu coração de cristal. Ele o tomou para si, prometendo então cuidar como se estivesse cuidando da própria vida.
Ela por um descuido, e palavras mal colocadas em um momento inoportuno, despertou a ira do amado... ele por vingança e com ódio nos olhos tomou o pobre coração de cristal nas mãos, olhou-o uma última vez e friamente deixou-o cair.
Mil pedaços, assim ele ficou. Mil cacos, assim ele o deixara. Sem dor e nem piedade saiu de cena, e como se não bastasse pisou em cima de todos os fragmentos para ter a plena certeza de que fizera o trabalho completo.
Houve um silêncio...uma pausa...
Ela por sua vez ainda estava em choque, procurando de alguma forma se agarrar a uma ilusão que a mostrasse que aquilo não era real. Pobre coitada.
Ajoelhou-se, e fitou os olhos marejados naqueles cacos de cristais brilhantes...cacos do seu até então coração. Mil pedaços, seu coração resumia-se aquilo.
Segurou o choro, e lentamente levantou-se com dificuldade, carregava consigo toda uma dor de um amor mal resolvido.
Aos poucos ela foi juntando um por um dos pedaços, um a um foi colando... emendou um pouco aqui, ajeitou um pouco alí. Depois de muito sacrifício, paciência e principalmente persistência ela terminou de colar todos os cacos...
Quando finalmente sorriu ao ver o resultado de seu tão grande esforço, notou algo...seu coração já não era igual ao que era antes. Ela o aproximou para perto de seus olhos e notou falhas em cada juntura dos cacos, notara marcas...como uma espécie de cicatriz que não vai embora nunca.
Sim, ele tinha inúmeras cicatrizes, mas isso não impediu que o sorriso brotasse novamente dos lábios daquela moça.
Ela aos poucos voltava a ser feliz...aos poucos o brilho de seu coração ia ressurgindo...
E mesmo depois de tudo, ela ainda sonha em entregar seu pedaço de cristal para aquele amor que ela sonha que seja eterno.

(Hosana Lemos)

09 abril, 2009

Liquidado com seu ser

A loucura do meu ser,
Uma das minhas fontes de saber
É liquidada pelo seu ser

Elimina minha loucura racional
E abre espaço para um ser amedrontado, assustado

Tímido por ter aparecido outro ser
Alguém mais controverso do que eu

Agora reparo que minha loucura é passado,
O presente e o futuro, desta vez não sei o que espero

O jeito agora é se reeducar, me reinventar

RECONHECIMENTO



Eu choro por nós,
Não por ter sido vítima,
e sim teu algoz.

Eu lamento por nossos prantos,
Não por que fomos santos,
Mas apenas por terem sido tantos.

Ah, como é fria a luz do desamor!
Uma estrada sem setas.
De uma lado: rancor
Do outro, metas.

CAMINHO


Eu conheço esse atalho:
Teu forcado, meu arado.

Já vesti teu sorriso:
O sentido do meu abrigo.

Já li teus poemas:
Tuas cenas? minhas algemas.

Mas agora... jão não peco.
Teus laços? Me despeço.