Finalmente o avião aterrissa! Foi uma viagem longa e cansativa.
No aeroporto pego um táxi.
Encosto a cabeça no apoio do banco, digo o endereço ao taxista e perco-me em meus pensamentos... Penso nela, em nossos dias felizes – e nos tristes também –, em todas as promessas que fizemos um ao outro. Em tudo o que a gente poderia ter sido, mas não deu. Ela não quis ou eu não quis.
Olho pela janela do carro e aquilo tudo me parece tão longe da realidade. Da minha realidade.
Vejo pedestres, vendedores ambulantes, bichos, todos disputando um pedaço da calçada. Uma eterna briga por seu território.
Pergunto-me se eles são felizes...
E eu, sou feliz?
Sou tirado dos meus pensamentos quando o carro para. Então, percebo que estou em frente a casa dela. Dei o endereço errado ao taxista. Ele está olhando pra mim, diz quanto custou a corrida e estende a mão para receber o dinheiro.
Digo que me enganei. Que aquele não é meu endereço – nunca foi meu endereço! Talvez, em meus sonhos – e desta vez falo o correto.
Ele dá partida e o carro sai. Penso em olhar para trás, mas me contenho. Porém, antes do carro entrar na rua seguinte, olho para trás.
Nunca deixei de olhar para trás.