21 dezembro, 2008

Brasil e a ineficácia



Mais uma daquelas comparações entre países, em tempos de Tecnologia da Informação, e apesar de ser (casualmente...) entre Brasil e Japão, a história vem da ensolarada Califórnia, nos Estados Unidos, transmitida pelo William Peel Poulin em 29/10/1999:
"Conta a história que, em 1994, houve uma competição entre as equipes de remo do Brasil e do Japão.
Logo no início da competição, a equipe japonesa começou a distanciar-se e completou o percurso rapidamente. A equipe brasileira chegou à meta com uma hora de atraso.
De volta ao Brasil, o Comitê Executivo se reuniu para avaliar as causas de tão desastroso e imprevisto resultado e concluiu:

* A equipe japonesa era formada por um Chefe de Equipe e 10 remadores.

* A equipe brasileira era formada por um remador e 10 Chefes de Equipe. A decisão passou para a esfera do Planejamento Estratégico com vistas a realizar uma séria reestruturação da equipe para o ano seguinte.
Em 1995, logo após a largada da competição, a equipe japonesa logo distanciou-se e, desta vez, a equipe brasileira chegou à meta com duas horas de atraso. Uma nova análise das causas do fracasso mostrou os seguintes resultados:

* A equipe japonesa continuava com um Chefe de Equipe e 10 remadores.

* A equipe brasileira, após as mudanças introduzidas pelo pessoal do Planejamento Estratégico, era formada por:

Um Chefe de Equipe

Dois Assessores de Chefia

Sete Chefes de Departamento

Um remador

A conclusão do Comitê que analisou as causas do novo fracasso foi unânime:

O REMADOR É UM INCOMPETENTE!!!
Em 1996, uma nova oportunidade de competir com os japoneses se apresentou. O Departamento de Tecnologias e Negócios do Brasil pôs em prática um plano destinado a melhorar a produtividade da equipe, com a introdução de mudanças baseadas na nova tecnologia e que, sem dúvida nenhuma, produziria aumentos significativos de eficiência e eficácia.
Os pontos principais das mudanças eram o "resizing" e o turn-around" e, sem dúvida, os brasileiros humilhariam os japoneses. O resultado foi catastrófico, e a equipe brasileira chegou à meta três horas depois dos japoneses!!!

As conclusões revelaram dados aterradores:

* Mantendo a sua tradição, a equipe japonesa era formada por um Chefe de Equipe e 10 remadores;

* A equipe brasileira, por sua vez, utilizou uma formação vanguardista, integrada por:

Um Chefe de Equipe

Dois Auditores de Qualidade Total

Um Assessor especializado em "Empowerment"

Um Supervisor de "Downsizing"

Um Analista de Procedimentos

Um Tecnologista

Um "Controller"

Um Chefe de Departamento

Um Controlador de Tempo

Um remador
Depois de vários dias de reunião e análise da situação, o Comitê decidiu castigar o remador e, para isto, aboliu "todos os benefícios e incentivos em função do fracasso alcançado".
Na reunião de encerramento, o Comitê, fortalecido com a presença dos principais acionistas, decidiu: "Vamos contratar um novo remador, mas utilizando um contrato de Prestação de Serviços de Terceiros, sem vínculos trabalhistas, para não termos que lidar com o sindicato que, sem dúvida nenhuma, degradam a eficiência e a produtividade dos recursos humanos".
Em 17/8/2001, a mesma história foi enviada à lista de debates Novo Milênio pelo internauta santista José Carlos Santana Cardoso, como repasse de mensagem enviada por Mary Hellen, com o adendo explicativo:
"Agora o pior:
Essa história veio dos EUA, e foi apresentada por um professor da Universidade de Maryland, sobre a administração no Brasil, como piada em sala."
Encontrei este texto no site Novo Milênio:
Porém o pior de uma piada como essa é reconhecer empresas que atuam com a mesma cegueira gerencial.

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