Pré-Comentários
Há algum tempo não tenho o prazer de discutir história com os amigos, a minha mudança de carreira me levou a um mundo bem distante daquele que estava a alguns meses, porém a frieza da mundo corporativo e tecnológico, não é nocivo aos meus instintos históricos. Continuo um diletante da história, displicente e fiel.
Após uma noite de natal, buscamos esquecer um pouco a rotina e através do humor, amigos ou preguiça nos embebedamos de falsas sensações. Como sou humano, estava eu em minha morada com aquela leve ressaca, quando a TV me surpreende com A revolução dos bichos, o filme baseado na obra homônima de George Orwell, e devo ao SBT o motivo deste post (pode!?)
Comentários
O filme se passa em uma fazenda da Inglaterra, mas poderia ser qualquer fazenda do mundo, uma fábula moderna recheada de referências aos movimentos políticos, sociais e econômicos europeus do fim do século retrasado e ínicio do século passado, pitadas de socialismo utópico e científico, fascismo, imperialismo e liberalismo são distribuídas por todo o filme. Porém qual a real importância desta obra? Qual o fio condutor da originalidade?
Quem acha que é utilizar os bichos para denunciar ações humanas, deve lembrar que Esopo e La Fontaine ou mesmo Bocage e Monteiro Lobato, ja faziam isso em seus textos de forma brilhante. Já quem supõe que é a crítica ferrenha ao stalinismo de forma sútil, deve ler os livros de Issac Babel e Milan Kundera. Então o que sobra?
A metodologia. O livro conta de forma didática, todo um processo histórico, que levou anos para se concluir, de uma maneira que encaixa-se nos momentos corretos: as situações e os personagens específicos em cada página do livro.
O líder utópico (Porco Velho Major), o sucessor prático (Porco Napoleão), Conselheiro manipulador (Porco Garganta), o crítico inconsequente (Porco Bola-de-neve) , a massa alienada (Ovelhas), o trabalhador incansável (Cavalo Sansão), Negociadores (Ratos), os mandamentos originais, os mandamentos deturpados, o centro de poder antigo tornado-se novo centro de poder, as execuções e a esperança.
Juntando tudo isso a uma narrativa veloz, temos uma obra-prima.
Destaques:
O personagem:
Garganta, sujeito-porco responsável pelas manipulação dos fatos, artista do convencimento, está sempre pronto para dirimir qualquer dúvida sobre o comportamento de seu mestre Napoleão.
A passagem marcante:
A discussão entre Bola de Neve e Napoleão, sobre os rumos da revolução, fazendo uma referência clara a disputa entre Trostki e Stálin, sobre a Revolução para o mundo e Revolução em um país só. A cena acaba com a expulsão de bola de neve e a consolidação de napoleão como líder despótico da fazenda.
A frase do livro:
Os animais são todos iguais, mas uns são mais iguais que outros.
Revolução dos Bichos - George Orwell
Há algum tempo não tenho o prazer de discutir história com os amigos, a minha mudança de carreira me levou a um mundo bem distante daquele que estava a alguns meses, porém a frieza da mundo corporativo e tecnológico, não é nocivo aos meus instintos históricos. Continuo um diletante da história, displicente e fiel.
Após uma noite de natal, buscamos esquecer um pouco a rotina e através do humor, amigos ou preguiça nos embebedamos de falsas sensações. Como sou humano, estava eu em minha morada com aquela leve ressaca, quando a TV me surpreende com A revolução dos bichos, o filme baseado na obra homônima de George Orwell, e devo ao SBT o motivo deste post (pode!?)
Comentários
O filme se passa em uma fazenda da Inglaterra, mas poderia ser qualquer fazenda do mundo, uma fábula moderna recheada de referências aos movimentos políticos, sociais e econômicos europeus do fim do século retrasado e ínicio do século passado, pitadas de socialismo utópico e científico, fascismo, imperialismo e liberalismo são distribuídas por todo o filme. Porém qual a real importância desta obra? Qual o fio condutor da originalidade?
Quem acha que é utilizar os bichos para denunciar ações humanas, deve lembrar que Esopo e La Fontaine ou mesmo Bocage e Monteiro Lobato, ja faziam isso em seus textos de forma brilhante. Já quem supõe que é a crítica ferrenha ao stalinismo de forma sútil, deve ler os livros de Issac Babel e Milan Kundera. Então o que sobra?
A metodologia. O livro conta de forma didática, todo um processo histórico, que levou anos para se concluir, de uma maneira que encaixa-se nos momentos corretos: as situações e os personagens específicos em cada página do livro.
O líder utópico (Porco Velho Major), o sucessor prático (Porco Napoleão), Conselheiro manipulador (Porco Garganta), o crítico inconsequente (Porco Bola-de-neve) , a massa alienada (Ovelhas), o trabalhador incansável (Cavalo Sansão), Negociadores (Ratos), os mandamentos originais, os mandamentos deturpados, o centro de poder antigo tornado-se novo centro de poder, as execuções e a esperança.
Juntando tudo isso a uma narrativa veloz, temos uma obra-prima.
Destaques:
O personagem:
Garganta, sujeito-porco responsável pelas manipulação dos fatos, artista do convencimento, está sempre pronto para dirimir qualquer dúvida sobre o comportamento de seu mestre Napoleão.
A passagem marcante:
A discussão entre Bola de Neve e Napoleão, sobre os rumos da revolução, fazendo uma referência clara a disputa entre Trostki e Stálin, sobre a Revolução para o mundo e Revolução em um país só. A cena acaba com a expulsão de bola de neve e a consolidação de napoleão como líder despótico da fazenda.
A frase do livro:
Os animais são todos iguais, mas uns são mais iguais que outros.
7º mandamento do animalismo
Informações Técnicas
O título do livro original: Animal Farm, 1945
Autor: George Orwell (1903-1950)
Adaptações para outras mídias: Dois filmes homônimos, um de 1954 e outro de 1999. Também existe um albúm do Pink Floid, chamado Animals que faz referências ao livro.
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Obra completa:
Revolução dos Bichos - George Orwell
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