01 março, 2009

[a luz amarela dá na parede. o poste, eu penso. e penso pondo cuidado nos detalhes, os olhos atentos nas cores, nas formas e o sorriso atento na vida. ao simples respirar de vida, o rosto enche de alegria.]

outro dia escutei uma plantinha conversando com o vento. achei fantástico. dizia ela toda singela, no auge de seus poucos dias, que no estudo da vida, nessa que o sujeito se lança com sede nos olhos, o termo é coloquial.

fiz silêncio.
era deus.


imaginei os maiores mestres banguelos. os livros, conversas triviais de sábios. oh, sim!, os meninos nos girassóis...
fui perto da plantinha - o nome dela, perdão, não foi a pergunta que me surgiu. nem a ela. duas qualqueres, livres. duas simplesmente. e o sol sorria em cima do encontro, olhei pro braço e senti. e olhei também pro céu e li algumas nuvens. os movimentos lentos de tanto o vento prosear purali mais embaixo. mediante a porção de vida dentro do meu sorriso, então percebi que já estava há tempos em troca com a planta.

há um momento. e há infinitos. há infinitos e há um momento.

falei meio assim que é pra segurar os olhos. os olhos de vocês.
eu me chamo Lívia e sou aquela que gritou no final da música.

então você se aproxima de uma planta, a cada novo passo, vá conhecendo a fisionomia de sua nova amiga, deixa que ela te mude completamente, entrega teu saber, chega bem pertinho e diz olá. não espere uma mudança assim. mudança assim se diz quando o verde de repente é vermelho. ou quando um elefante alado canta leve no fio do poste. portanto, não espere o sapo de paletó. apenas saiba escutar a planta. dica: aprume os ouvidos, ela fala muito baixo. mas é grande. é infinito e a gente não volta. e mais uma vez o relógio te chama: ei!. e você volta para a sua sala, reconhece as paredes, sente os pés: hoje é quarta-feira e as janelas estão abertas corriqueiramente - propício ao ir. a mudança vem sem dizer uma só palavra, essa que eu falo é dessas que é feito uma maçã que amanhece mais saborosa. uma flor mais viva com o passar pingoso dos segundos. e você vai se enchendo de sabedoria, o tal estudo da vida, as lições de pé no chão. e o olhar reconhece o todo, o coração abraça o universo. e você aninha as sementes na terra, faz uma oração breve que é pra não enche-las demais. elas, animadíssimas.
você todo amor.
você a própria planta que vai nascer.

então compreenda. seja. se olhe no espelho.
o céu que por ventura se fizer dentro de você, é a resposta - no plural - que precisará na tua lida.

e que por sinal inventou uma dança meio maluca - eu, que um dia fiz amizade com a loucura e a vida ficou mais colorida.


sabe como é, a gente sonha e acorda em outro universo. prazer.

é uma honra rebentar neste domingo bem aqui neste local.

abraços.

2 comentários:

Danilo Maia disse...

Estreando com um ótimo texto! ['tá, não é de se admirar]

Cheiro!

J. Felipe disse...

Profundo e simples como o mundo.
O simples ouvir da terra fertilizando, dadno possibilidade da germinação de uma linda flor. Essa flor pode ser você se deixar se levar pelo vento e pelo tempo.

Traduziu a simplicidade da vida.

Bjo