13 maio, 2009

PÚSTULA

( Foto "A Cerca" de nosso bloguer Danilo Maia)

Eu lembro de todas as risadas


Vertidas nas entranhas desta cama.


E até sinto o gosto do teu rosto:


Riso-choro de quem ama.



Lembro dos meus afagos


Em tuas costas nuas:


Nosso escambo profano,


Em úmidas carnes cruas.



Lembro de cada filme venerado,


Cada emoção digna de nossa idade.


Quanto dinheiro gasto,


Nos escuros templos desta cidade?



Escutem – demônios, meu clamor!


Venham idéias racionais!


Como supero a dor,


De vê-la sorrir em outros carnavais?



Estas memórias são navalhas.


E minha mente um esmeril.


Gasto o tempo, como um canalha,


Abortando minha alma pueril.

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