18 novembro, 2009

16 novembro, 2009

QUANDO UM BURACO É A MELHOR COISA A SE TER POR PERTO!

Adando pela rua, avisto ao longe um amigo que há muito não o via. Ele está careca. Quando me aproximo dele, armo um sorriso no rosto - o maior que consigo -, abro os braços e lhe saúdo:

- Opa, rapaz!! Pelo qu'eu 'tou vendo, passou no vestibular, hein?! Parab...

Ele me interrope:

- Não, não passei. 'Tou com câncer.

- ...

Acho que completar a frase agora não ia fazer muito sentido, né?!

15 novembro, 2009

A Estréia

Qualquer coisa

Ultimamente a vida tem dado na minha cara.
Caras de pau, olham para minha cara lavada
querendo cravar suas cretinices em meus cravos.


Caras canalhas
Cultivam crises crescente diante
de suas caras metades.
Carência,esquisofrenia ou discalculia?
Minha cara cretina não basta para calar?


Caralho! Para quê?

Postado por: qual a duvida?
Hora: qualquer uma
Data real: hum... Caramba!!!!

02 novembro, 2009

Não existem vencedores

A tua imagem no espelho é a própria aspirando humanidade
A minha imagem refletida, a ironia buscando identidade
Duas imagens uma tentativa.
Dois sentimentos, um ferimento apenas?
Vidro e mármore em um duelo.
Cortantes maciças engasgaram as veias do ar.

Calar é...

As palavras no cubículo da razão
São mais vivas, mais doces, concisas, corretas...
Mas basta elas transporem o imaginário,
Ganharem o corpo
E os mecanismos vitais as derem a armadura do som,
Para elas tornarem-se frágeis, inócuas, marionetes...
Amar é ficar calado.

Perdão

Encontrei um corpo entre escombros e folhas
Com os olhos e bocas vendadas
O tempo se fazia presente

Aproximação parecia improvável
Mas o pavor se transformou
Em colar de falso ouro.

A imagem augusta e angelical
Era de um corpo cego e incompleto
Unido pelo passado

Os braços longe do corpo abraçavam
o futuro
As pernas retorcidas formavam
Um sinal cristão.
O silêncio e eternidade beijavam-se
Invejados pela dor.

Esperei que segundos imastigáveis,
Lágrimas trouxessem.
Veio um sorriso, leve e calmo
Que meu colar escondei de Deus
Corri buscando o presente

Uma espessa e única gota cai do céu havia perdoado mais uma vez.

01 novembro, 2009

Santíssima Trindade

Um estrondo invade meu quarto
Através de uma ferida em minha janela,
Rabisca meus quadros,
Faz pouco caso das minhas fotografias,
Filosofa sobre os meus livros
E paira no incólume pingente
Que carinhosamente roubei.

Um zunido envolve minha cama,
Mantendo a distância
Comum ao pedantes.
Ficamos em um jogo sensorial
De contemplação
A inquietação e a inércia duelam
Naquela Celeuma psicodélica e dolorosa
Mas o relógio pára e
O instante recomeça.
Uma vereda surge na parede e
O zunido desaparece

Agora um arquejo utiliza meu corpo,
Confunde o meu tato,
Combina sabores em meu paladar e
Inutiliza meu olfato.
Totalmente fragmento, percebo:
Há centelhas em meus olhos e
Radares em meus ouvidos.
Meu instinto predador é ativado
(isso me incomoda)
Abro as janelas e as possibilidades...

Procuro a gênese dos acontecimentos, mas...
Não vejo gatos.
Não vejo carros.
Não vejo bêbados.
Até as estrelas fogem de meu instinto.
deus, o que me incomoda tanto?
(Dores de cabeça e um momento de Lucidez)
É o silêncio chorando
Por medo da solidão.