02 novembro, 2009

Perdão

Encontrei um corpo entre escombros e folhas
Com os olhos e bocas vendadas
O tempo se fazia presente

Aproximação parecia improvável
Mas o pavor se transformou
Em colar de falso ouro.

A imagem augusta e angelical
Era de um corpo cego e incompleto
Unido pelo passado

Os braços longe do corpo abraçavam
o futuro
As pernas retorcidas formavam
Um sinal cristão.
O silêncio e eternidade beijavam-se
Invejados pela dor.

Esperei que segundos imastigáveis,
Lágrimas trouxessem.
Veio um sorriso, leve e calmo
Que meu colar escondei de Deus
Corri buscando o presente

Uma espessa e única gota cai do céu havia perdoado mais uma vez.

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