Dentre tantas coisas que me aborrecem [que são muitas], os livros de auto-ajuda, com certeza, estão entre elas.
Partindo da idéia que estou “ouvindo” os conselhos do escritor [do livro de auto-ajuda], então, deixa de ser auto-ajuda e passa a ser uma espécie de – digamos – consulta.
Como é que pode uma pessoa dizer qual é a melhor forma como eu devo agir para melhorar completamente a minha vida? Alguém pode até defender utilizando do argumento que os sentimentos (dor; amor; ódio; tristeza e etc.) são iguais em todas as pessoas. Porém, eu rebato dizendo que, cada ser expressa esses sentimentos em maior ou menor intensidade. E é justamente isso que nos faz tão complexos, é a nossa “particularidade”.
Aí, vem uma pessoa que não me conhece, provavelmente não compreende a minha cultura, não acompanhou a minha formação, e diz que basta eu sorrir e dizer “obrigado”, que o mundo – misteriosamente – sorrirá de volta pra mim.
Não, o mundo real e as pessoas reais que vivem nele são um pouco mais complicados que isso.
Ele [escritor] pode até entender a mente humana partindo do pressuposto de um comportamento padrão, mas a mim, minha alma, minha essência, ele não tem como compreender, portanto, não deve me dizer o “modo correto” de agir.
Não estou dizendo que, esses livros não servem para algo, mas as pessoas é que ainda não entenderam que a felicidade não está na prateleira de uma livraria aos montes e na sua 25ª edição.
Enquanto lêem esses livros aprendendo como se deve viver, elas esquecem de viver realmente, e só confirmam o quanto não conseguem se “auto-ajudar”, sempre procurando conselhos de um guru que, esse sim, soube se auto-ajudar, afinal, para isso os livros serviram, para enriquecê-lo.
Mais uma vez, quero esclarecer que não falo isso em detrimento dos livros, pois sou defensor do pensamento que toda leitura tem sua importância. Basta que, você, saiba “filtrar” as informações que lhe serão necessárias. Isso sim, seria auto-ajuda. Ou seja, você, procurando nas suas experiências de vida o melhor modo de enfrentar a situação.
Se prender a esses livros seria o mesmo que se anestesiar para não sentir a dor, ao invés de conhecer o mal que lhe assola e tomar o medicamento que combateria a doença.
Mas no final das contas, o mais estranho é que a medida que vejo meu texto desenvolvendo, deixo de “atacar” o livro de auto-ajuda e adoto a postura de conselheiro, dizendo como as pessoas devem proceder diante desses livros. Vai entender, né? Talvez seja uma necessidade humana, dar pitaco na vida alheia...
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