Dois amigos – críticos de arte – caminhavam pelo Museu, analisando e discutindo todas as obras. Quando estavam passando pelo corredor a caminho do próximo saguão, se depararam com uma peça que os surpreendeu.
- Marcos, veja que peça fantástica!! – disse um deles.
- Nossa, é realmente fantástica, Albert! – concordou o amigo.
- Claro que não é de vanguarda, mas ela exala revolução! Pode não ser inovadora, mas arrisco dizer que é transformadora.
- Estou fascinado! O artista se expressa claramente através da contracultura. Essa obra é densa, mas ao mesmo tempo é clara!
- Com certeza é prole do Dadaísmo. Há uma forte influência de Marcel Duchamp. Até podemos dizer que esta peça é uma parente distante da “Fonte”.
- Claro, claro! Mas, além de Marcel, me lembra também “Luxo” de Augusto de Campos. Você recorda?
- Sim, sim! É provável que “Luxo” tenha influenciado esta obra. Mas não podemos negar que está “impregnada” de Duchamp.
- Está impregnada de sujeira e mau cheiro. – diz um senhor que observava a conversa dos dois.
- O que você quer dizer com isso?! – pergunta Albert, surpreso.
- É! O que você quer dizer com isso?! – Marcos repete a pergunta.
- Que isso está sujo e fede, ora!
- Você é crítico de qual revista??!!
- Eu? De nenhuma, senhor.
- E quem você pensa que é para criticar essa obra de arte? – pergunta Albert de forma teatral.
- Eu sou o zelador do museu, e tenho que recolher o lixo dessa lata aí que os senhores estão admirando, e colocar a lata de volta no banheiro masculino. Se os senhores me derem licença... Isso. Obrigado!
2 comentários:
Grande Danilo,
"A Fonte e Luxo, o blog está ficando cada vez mais intelectualizado."
A cena relatada já deve ter acontecido em muitas partes do mundo, como mais variado tipos de objetos, mas é sempre interessante discutí-la, principalmente quando isso é feito de forma ácida e ágil.
Danilo, pergunta ao Alex sobre uma vista que fizemos ao Dragão do Mar, quando ele era instrutor.
Até mais!
hahaha
adorei ponto final
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