20 maio, 2009

Nenhuma jura

A culpa é minha.
A culpa é da minha mania de ter esperanças...de achar que ainda há uma forma, uma saída pra tudo isso.
Tento não imaginar...é quase impossível. Tento resistir, não dá.
Eu devia ter me controlado, ter contido o desejo e a vontade...foi mais forte que eu, sempre é.
E a cada vez que volto a te beijar é como se uma chama voltasse a ser acesa...
De repente vem aquele balde de água bem fria...você passa por mim e finge que nada houve, comporta-se com a maior naturalidade que se possa ter, me trata como mais uma de tua coleção.
Culpa minha não resistir a tua boca, culpa minha não saber controlar-me...culpa minha ir ao teu encontro tão facilmente.
O que mais me pertuba é o fato de você ter razão...eu não posso exigir nada te ti, nada!
E eu sinto raiva de mim mesma...raiva desses momentos de fraqueza, de atender às emoções tão cegamente.
Você não me fez promessas...não fez nenhuma jura. Nós não selamos nenhum pacto.
E eu sei que não tenho o direito de te recriminar pelo fato de passares por mim e cumprimentar-me como fazes com as demais pessoas, frio e seco...
Não assinamos nenhum contrato.
Você continua aí, fingindo normalidades...impondo a si mesmo uma neutralidade impenetrável.
E eu continua aqui, tentando copiar tua postura...culpando-me por minhas exageradas emoções, desejando que em algum momento a razão prevaleça...
A culpa? a culpa é minha...A fraqueza? a fraqueza também!

(Hosana Lemos)

2 comentários:

Rolando Palma disse...

Primeiro... há sempre esperança.
Segundo... Ainda bem que às vezes não se resiste...
Terceiro... a vida é muito mais que existir ou não existir culpa...

E fraqueza ?
Não somos todos fracos ?

Eu sou, pelo menos...

Alexander Sampaio disse...

minha linda Hosana, seus textos-navalhas me imprimem tantas emoções...