17 fevereiro, 2009

TOP FIVE: ADAPTAÇÕES DE QUADRINHOS

Adaptações são uma necessidade dos estúdios: em tempos de crise do capital, quem possuir uma franquia com público garantindo, tem o retorno do seu investimento assegurado. Acontece que o público não está mais tão idiota, e os produtores perceberam que precisam de uma força criativa capitaneando seus projetos, e muitas vezes os escolhidos são diretores-fãs como Sam Raimi.
E com Wolverine e Watchmen em breve salvando nossos finais-de-semana, apresento as 05 produções que ajudaram a criar e a estabelecer este novo gênero:

05. SUPERMAN, O FILME
Orçamento classe A? Tem. Diretor jovem, talentoso e hypado? Sim. Ator-xerox do personagem principal? Pode apostar! Roteiro enxuto, com ação e fidelidade? Yeah. Atores coadjuvantes respeitados? Claro! Pronto: A receita infalível de uma pérola pop. É claro que nem tudo foram flores na viagem do homem-de-aço nas telonas (o "homem sol" do IV e a nova Lois Lane com bulimia que o diga!), mas foi o sucesso acachapante deste filme que fez a indústria perceber a mina de ouro que tinha nas mãos. Não se enganem: se hoje temos milionários construindo trajes especiais ou nerds adolescentes pulando prédios devemos a Richard Donner e a Reeves, Cristhopher Reeves.

04. O CORVO
Infelizmente este filme é sempre lembrado como o último trabalho de Brando Lee. Esquecem, porém, do impacto que ele causou no meio dos anos 90. Mace Indu, ou melhor, Samuel L Jackson, fã de quadrinhos confesso e assíduo frequentador da Comic Con de San Diego,sempre o aponta como o marco zero da nova geração de adaptações. O filme é muito mais que uma simples história de vingança, é a própria atmosfera negra do nosso caos urbano capturado com energia, estilo e dor. É muito fiel às origens do personagem, mas consegue superar o original ao compor um canto de sofrimento que até hoje não encontrou similar. E, de quebra, permitiu ao direto Alex Proyas filmar Cidades das Sombras (outra obra Cult, plagiada descaradamente por certos irmãos W).

03. BLADE, O CAÇADOR DE VAMPIROS
Ok, o filme não é lá muita coisa, só uma produção modesta de um personagem obscuro (sem trocadilhos racistas) da Marvel, mas merece estar nesta lista por dois motivos. Primeiro: o fracasso de Batmam e Robin quase fez a indústria desistir de adaptar qualquer coisa. Foi o sucesso inesperado do caçador de sanguessugas,e de dois agentes de preto, que trouxe novo ânimo ao gênero e viabilizou filmes como X-men e Homen-aranha, produções que ha décadas estavam na zona fantasma dos estúdios. Segundo: gerou uma continuação superior (mas nem tanto) que ajudou Del Toro a se estabelecer no terreno de Hollywood
(e a nos garantir doces como Labirinto do Fauno e, claro, o aguardado The Hobbit).

02. SIN CITY
O que Robert Rodriguez não tem como talento, sobra em camaradagem. Seus amigos do peito topam qualquer parada, e por si só já valem o ingresso. Mas ele foi além e conseguiu convencer Frank Miller (afastado do cinema desde que Robocop II enferrujou suas pretensões) a adaptar sua obra-prima com a estética, ação e violência típica do autor de Elektra Vive. O que queremos mais? Há quem argumente, porém, que o filme é, na verdade, uma Transposição, levada ao pé da tinta, do material original e não a Adaptação de uma HQ à linguagem do cinema. Semânticas à parte, o filme inaugurou uma nova percepção sobre o termo fidelidade, elevando à estratosfera a pretensão iniciada em Dick Tracy e Batman, o Retorno. E, de troco, nos presenteou com uma tecnologia revolucionária (aplicada depois, com mais impacto, em 300 e The Spirit).

01. O CAVALEIRO DAS TREVAS.

Falar da 2ª maior bilheteria da história em um espaço tão pequeno é quase um crime. O filme é tão rico que prefiro deixar isso para outro momento. O importante aqui é reconhecer que estamos presenciando uma nova revolução. Não apenas tecnológica - apesar do Imax ser apontado por várias publicações de calibre, como o futuro da fotografia no cinema. Não, a mudança mais importante aqui, é dramática. Até agora, as adaptações se estabeleceram como gênero, garantiram o caviar de executivos e as pipocas dos nerds, mas ainda não haviam gerado seu Cidadão Kane, seu Poderoso Chefão – Um filme capaz de quebrar barreiras, alargar horizontes e galgar respeitabilidade diante de qualquer outro exemplar "sério" da sétima arte. Coube a Cris Nolan, um cineasta admirável, realizar esta façanha. Em Batman Begins ele já tinha surpreendido, ao criar um conto sinistro sobre o medo na sociedade e sua manipulação no coração dos homens. Mas em The Dark Knight, ele superou todos os clichês de um "filme de herói" – do título não comercial às interpretações viscerais, dos efeitos especiais às campanhas de divulgação, das cenas de ação ao cuidado na lapidação dos personagens. E como resultado, fomos presenteados com o mais perturbador debate sobre a maldade humana. Uma obra-prima.

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